junho/2014 – Essa semana eu estava meio nostálgica, e fiquei lembrando quando a minha filha era criança. Recordei-me de uma vez em que eu peguei duas “marias-chiquinhas” para fazer rabinhos em seus cabelos, e ela, indignada, disse: “mãe, eu não uso mais dois rabinhos. Agora eu já tenho seis anos!”. Claro, seis anos é praticamente uma adolescente. Que descuidada eu. Nesse dia, eu estava com ela no centro da cidade, e uma loja de roupas infantis fazia uma promoção com pessoas fantasiadas de personagens de desenhos; ela era apaixonada pelo Pokémon, e lá estava aquele grandalhão amarelo. Fiquei tão empolgada, atravessei a rua correndo para que a Letícia pudesse abraçar o seu ídolo. Para mim, aquilo seria, na cabecinha dela, uma emoção. Fiquei lembrando quando eu era criança e assistia desenhos: fantasiava com eles saindo de lá e vindo brincar comigo de verdade. Imaginei que ela estivesse tendo a mesma “viagem”, interagindo com o seu personagem favorito, ao vivo e a cores, como naquele desenho “O Fantástico Mundo de Bob”. Na hora de ir embora, eu não cabia em mim de tanta euforia. Pensava em tudo que ela deveria estar pensando sobre o Pokémon ter saído de dentro da tevê e estar cara a cara com ela. Eu fazia um comentário atrás do outro, e mil perguntas, tipo: “filha, tu abraçou o Pokémon! Tu viu ele de pertinho! Tu falou com ele! Tá feliz? Tá emocionada?”. Ela, com a maior cara de paisagem, olhando sempre para outro lado enquanto eu falava, de repente me interrompeu e disse: “MÃE, aquele não era o Pokémon, era uma pessoa com uma fantasia de Pokémon”. Toma! Silêncio absoluto seguido de uma enorme decepção. Ela sabia o tempo todo que aquele circo era de mentira. E eu, ali, surtando por causa de uma coisa que ela já tinha sacado que era fake. Depois dessa, a Letícia só se superou uma vez, no casamento do meu irmão, ocasião em que ela e minha sobrinha, a Aninha, foram aias. Entrando na igreja, a Aninha, aterrorizada, disse: “Lê, MATARAM JESUS!”. Como se isso já não fosse motivo para mil gargalhadas, dona Letícia, do alto de seu esclarecimento, disse muito segura de si: “Ai Aninha, isso já faz tempo”. E assim fui dando largas risadas, lembrando-me da minha filha que, agora, está prestes a completar 18 anos. O tempo passa.
Da série #CrônicasAntigas
Relembrando!
É a idade pega todo mundo.Mas tu é jovem.Bjo
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hahaha pois é
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Ótimas lembranças! Filhos 💓…. 😂
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S2
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Crianças precoces da nova era. Adoooorei
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😀
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